Marido acusado de matar contadora para ficar com dinheiro do seguro vai a júri, decide STJ
17/10/2025
(Foto: Reprodução) Kaianne Bezerra Lima Chaves, de 35 anos, foi morta em casa na cidade de Aquiraz, no Ceará
TV Verdes Mares/Reprodução
O professor Leonardo Nascimento Chaves vai a júri popular para ser julgado pelo assassinato da esposa, a contadora Kaianne Bezerra Lima, morta em 2023 dentro de casa, em um crime elaborado para simular um assalto. Ainda não há data para o julgamento.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu o pedido da defesa de Leonardo para evitar a ida do professor a júri. A decisão foi comunicada no início de outubro à Comarca de Aquiraz, município onde o crime aconteceu e onde o processo corre na Justiça. A Justiça estadual já notificou o réu.
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Acusados de matar contadora devem ir a júri popular
Leonardo havia sido pronunciado - isto é, a Justiça decidiu que ele iria a júri - em setembro de 2024, mas a defesa recorreu e o processo estava aguardando o resultado do recurso no STJ para dar seguimento. Agora, com a decisão do tribunal superior, o processo segue os trâmites de preparo para a realização do júri.
Apesar disso, não há uma data definida para julgamento porque Leonardo está sem defesa. O advogado responsável pelo caso, Silvio Vieira, foi morto a tiros em maio deste ano, em Fortaleza, por ordem de um chefe de facção. O outro advogado de Leonardo, Lucas Arruda Rolim, foi preso acusado de ter ajudado na morte de Silvio, de quem era sócio.
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A Justiça deu 5 dias para Leonardo apresentar uma nova defesa, caso contrário, ele passa a ser representado pela Defensoria Pública. O outro acusado do caso, o motorista Adriano Andrade Ribeiro, também foi pronunciado, mas não recorreu e vai a júri junto com Leonardo, no mesmo dia, quando a data for definida.
Outro envolvido no crime, um adolescente à época com 15 anos, foi condenado na Comarca de Aquiraz dois meses após a morte de Kaianne. À época, ele confessou o crime e recebeu a sentença máxima de internação, que é de 3 anos. Ele continua detido sob custódia em um centro educacional.
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Arquivo pessoal
Relembre o crime
A contadora Kaianne Bezerra, de 35 anos, foi morta no fim de agosto de 2023, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. Os exames da perícia apontam que a mulher foi morta por asfixia. A primeira informação era de que ela e o marido, Leonardo Nascimento Chaves, haviam sido vítimas de roubo seguido de morte.
Uma reviravolta no caso apontou, entretanto, que Leonardo encomendou o assassinato da esposa para obter o valor do seguro de vida, cerca de R$ 60 mil. Por isso, ele teria combinado o crime com o adolescente e o motorista de aplicativo Adriano Ribeiro. Adriano e o adolescente, inclusive, agrediram Leonardo para parecer que o crime era um latrocínio.
A participação de Leonardo no crime foi admitida pelos outros dois envolvidos, depois que a investigação obteve imagens em vídeo que registravam o encontro dos três no estacionamento de um shopping, momentos antes do homicídio.
Encontro de Leonardo, Adriano e do adolescente foi flagrado por câmeras de segurança de shopping
Reprodução
Suspeito de encomendar a morte da própria esposa, Leonardo se encontrou com criminosos momentos antes do assassinato
TV Globo/Reprodução
Na noite do crime, um pouco antes da entrada na casa da vítima, Leonardo encontrou o adolescente e o motorista no estacionamento de um shopping próximo e orientou que os dois roubassem as alianças do casal. Ele também teria indicado onde estava um pedaço de madeira que deveria ser usado para matar a esposa.
Conforme o adolescente, Leonardo ajudou os dois a retirar os televisores da casa dos suportes nas paredes e também ajudou a colocar outros itens roubados, como cafeteiras, bebidas alcoólicas e perfumes, no carro de Kaianne.
À época, familiares de Kaianne contaram ao g1 que a contadora já havia tentado se separar de Leonardo após conflitos por causa dos gastos do marido. Uma parente da vítima, que preferiu não ser identificada, relatou que este seria o único atrito que chegou ao conhecimento da família. Fora isso, o casal demonstrava viver em aparente harmonia.
Leonardo Nascimento e Kaianne Bezerra Lima Chaves na Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Arquivo Pessoal
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